Após todas as rodadas, Vinicius Grissi e Felipe Scheid comentam o futebol mineiro e acirram a maior rivalidade do estado, em duelos que nunca tem vencedor. Porque como dizia o profeta, "clássico é clássico, e vice-versa".
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25.6.07

TUDO COMO ANTES...

Se eu fosse da “bancada democrática”, começaria meu post de hoje escrevendo: normal! Assim pode ser encarado o resultado do tal “crássico” jogado ontem no Mineirão. Contra tudo e contra todos, o Cruzeiro repetiu boa atuação no Brasileiro e conseguiu três pontos fundamentais para que o time chegue aonde a torcida espera na competição. Jogando com inteligência e velocidade o time foi superior em 70 dos 90 minutos da partida e conseguiu um resultado mais do que justo.

O JOGO

Conforme disse anteriormente o Cruzeiro foi infinitamente superior. Marcando forte no meio, fechando os espaços, com bote certeiro e saída rápida, o time teve muitas facilidades para chegar ao gol adversário. No primeiro tempo, o resultado poderia ter sido maior, não fosse o gol perdido por Araújo. Na volta para o segundo tempo, o time “apagou” como nos outros jogos em casa, e por pouco não teve problemas. Um pênalti mal marcado pelo arbitro, uma pipocada do cruzeirense Marcinho e uma defesa sensacional de Gatti trouxeram o time novamente para o caminho da vitória. A ótima mexida de Dorival, que abriu o time colocando Guilherme e Wagner para atuar com ainda mais velocidade foi fundamental para que o time fizesse o terceiro e o quarto gol. Por pouco, não chegou a mais...

O ATAQUE

A base do Cruzeiro para ir longe no nacional é a boa performance do ataque. Araújo e Roni já provaram que se dão bem e com o entrosamento a tendência é melhorarem ainda mais. Além de laterais que chegam muito bem à frente, o Cruzeiro ganhou na semana passada muitas peças e opções: Wagner mostrou mais uma vez que é um jogador diferenciado, Guilherme é a grande revelação da temporada, Marcinho, que deve ser negociado, também é ótimo jogador. Na frente, o Cruzeiro está bem servido.

A DEFESA

Não fosse o tal “apagão”, a defesa celeste seria bastante elogiada hoje aqui neste blog. Thiago Heleno mostrou firmeza, cobrindo espaços com inteligência e não tendo vergonha de dar chutão quando necessário. Fortunato às vezes excede na força, mas é bom jogador e sabe aproveitar seu vigor físico. Os dois sendo mantidos podem adquirir entrosamento capaz de torná-los uma grande dupla de zaga. Os volantes estão conhecendo-se melhor também, e aos poucos, as funções ficam bem definidas, de forma a dificultar a penetração do adversário, principalmente pelos lados do campo.

O ALGOZ

Araújo foi o destaque da partida. Dois gols, arrancadas sensacionais, bons dribles, e um corta luz que contou com visão de jogo e sorte. Provou a máxima: só faz gol em time pequeno. Ele demorou apenas para descobrir que o time segundino do lado oposto da lagoa não passa disso. Um pequeno que acha que é grande. Agora, o respeito acabou...

O JUIZ

Mais uma vez o Cruzeiro foi clamorosamente prejudicado pela arbitragem. Depois dos erros ridículos nas finais do Estadual, o senhor Héber Roberto Lopes, pressionado nas 72 horas antecedentes a partida pelo presidente dos segundinos Ziza Valadares, foi péssimo. Deixou de marcar diversas faltas sobre os jogadores cruzeirenses e marcou cada esbarrão nos leves Danilinho e Eder Luis. Além disso, deixou de dar um pênalti para o Cruzeiro e marcou uma penalidade mandrake para os zebrados. Resultado: quase interfere no marcador, e tira mais pontos do Maior de Minas.

Bem-vindos à Primeira Divisão. Aqui, é assim...

Vinicius Grissi

ERROS E LIÇÕES

“Em time que está ganhando não se mexe”. A velha máxima do futebol deveria valer também para a postura do Galo. Em jogo aberto – atípico para um clássico – a posse de bola não se transformou em gols, e o jogo aconteceu como o pessoal da enseada queria. A equipe de Zetti vinha conseguindo bons resultados deixando o adversário com a bola e puxando contra-ataques em velocidade. A mudança da proposta de jogo custou caro. No final, o placar adverso de 4x2 retratou o que aconteceu durante a partida. Como em todo jogo equilibrado, o placar contrário seria natural, não fosse pênalti inexistente mal batido por Marcinho.

PÊNALTI

O lance foi polêmico, e vendo pela TV fica claro que não existiu a infração. O desperdício da cobrança veio em péssima hora, quando o Galo se abateu e encheu de moral o adversário. A decisão do juiz no lance capital foi difícil, o que se confirma com o depoimento do próprio goleiro cruzeirense Gatti em entrevista à Rede Minas de televisão, afirmando que em campo o lance pareceu mesmo pênalti.

BATEDORES

Os batedores de pênalti do Galo estão em dívida com a Massa, e mais uma vez uma cobrança mal feita tira pontos importantes que colocariam o alvinegro em posição bem melhor na tabela. Os três pontos no clássico somados aos dois perdidos contra o rubro-negro paranaense seriam suficientes para manter o Atlético em segundo na tabela. É fácil também sugerir outro cobrador depois de perdida a penalidade, mas a falta de experiência impediu que todos enxergassem algo óbvio: Marcinho já jogou com Gatti na base azul e treinava com o próprio goleiro cobranças de pênaltis nos treinamentos. Com um pouco de prudência fatalidades como essa seriam evitadas.

SEQUÊNCIA

Segue o campeonato, e o Galo tem verdadeiras batalhas pela frente. O Inter em Porto Alegre e Flamengo e Grêmio no Mineirão são jogos que podem trazer moral e novo embalo para o grupo que não pode se abalar com a derrota no clássico, já que não se viu sérios problemas na equipe. A mudança equivocada no estilo de jogo pode ser facilmente corrigida, e não faltou garra e disposição, o que valoriza ainda mais a vitória azul. A enseada está em polvorosa, mas ainda abaixo do Galo na tabela.

CONTRADIÇÃO

Mais uma vez menor nas arquibancadas do Mineirão, os simpatizantes da enseada das garças trocam os pés pelas mãos. Muito se fala que é coisa de atleticano comemorar vitórias e não títulos, mas o pequeno buzinaço que se viu pela cidade foi digno de outras “comemorações” azuis. Lamentável, já que na segunda pela manhã, ao abrirem o jornal para lerem notícias de uma vitória sobre seu maior algoz os simpatizantes verão na tabela que o Galo ainda está na frente.

O Galo é amor, não é simpatia.

Felipe Scheid

4 comentários:

San Tell d'Euskadi disse...

Aê! Estava com saudades...

Não deixem de ler sobre o Gre-Nal lá no BloGreNal

Anônimo disse...

Sempre contra as arbitragens tendenciosas... eta Cruzeiro forte mesmo! Colocou a Cocota no seu devido lugar.

San Tell d'Euskadi disse...

Vi o clássico mineiro como pude. Não vi 100%, mas os 60% foram suficientes. Quando eu comecei a vê-lo, o Cruzeiro vencia por 1-0 e o Galo pressionava em busca do empate.

Já conhecia a força do contra-ataque cruzeirense do jogo do Olímpico. Assim, não foi supresa o segundo gol celeste.

No segundo tempo, o Galo continuou no abafa. Descontou, empatou e foi para a virada histórica. Não acho que tenha sido pênalti, até porque foi fora da área, mas o zagueiro do Cruzeiro foi IRRESPONSÁVEL e viu-se punido pela imprudência (que carrinho foi aquele!?). A defesa do Gatti devolveu o jogo à Raposa. Novo contra-ataque, o 3º gol e o nocaute. O 4º já veio contra um adversário entregue.

Um abraço.

Anônimo disse...

O jogo!?

Noooormal!