Após todas as rodadas, Vinicius Grissi e Felipe Scheid comentam o futebol mineiro e acirram a maior rivalidade do estado, em duelos que nunca tem vencedor. Porque como dizia o profeta, "clássico é clássico, e vice-versa".
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19.1.07

A tal cerveja

Mais uma vez, o papo de proibição da venda de bebidas alcoólicas no Mineirão surge com força no início da temporada. Na verdade, tudo começou com recomendação do Ministério Público, no dia 12 de dezembro do ano passado, quando na presença de presidentes dos principais clubes, entre outras autoridades, concluiram que a proibição poderia diminuir os índices de violência e criminalidade no estádio.
Na última semana, a ADEMG, administradora do Mineirão resolveu aceitar a recomendação, e enviou ofício aos donos dos bares, e aos "barraqueiros" nos arredores do estádio, proibindo a venda da bebida. O Deputado Estadual Gustavo Valadares, que no último dia 10, havia, em entrevista coletiva, prometido que tinha um documento para impedir a proibição, entrou hoje com medida cautelar em favor dos donos de bares, e aguarda solução da justiça, que deve sair no sábado.
Independente do resultado final, duas importantes considerações podem ser feitas sobre o assunto. A primeira, é a tão falada justiça. Num jogo de 20.000 pagantes, pelo menos 6.000 (em conta para baixo) compram pelo menos um copo de cerveja, e tenho certeza que menos da metade se envolvem em algum tipo de problema. Por conta de uma minoria, todos vão pagar, e ficar sem tomar uma cervejinha gelada para assistir aos jogos, que convenhamos, no Campeonato Mineiro não são tão atrativos. A dúvida que fica é se, impedindo a venda de bebidas, as pessoas simplesmente ficam boas, e nenhum problema vai acontecer no estádio.
A segunda, e ao meu ver mais importante questão, é sobre a responsabilidade sobre a violência. A meu ver, proibir a venda de bebidas alcóolicas, nada mais é do que transferir a responsabilidade para o torcedor, ou para a bebida no caso. Responsabilidade que na verdade é da polícia. Para que mandar tropas de Brasília para o Rio, para conter a onda de crimes que se espalha na cidade? Não seria mais fácil proibir a venda de cerveja na cidade? A bebida pode impulsionar um outro caso isolado de excesso, mas esse tipo de problema nunca preocupou o torcedor. O grande problema do estádio, não é uma ou outra discussão, e sim o número de marginais, que entram no estádio com o único intuito de roubar e brigar.

Cerveja gelada, nunca foi problema....muito pelo contrário!

Vinicius Grissi

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