Tudo no lugar

Depois de um ano complicado, o Galo volta ao seu devido lugar. Muita festa foi feita, com razão, por sinal, uma vez que a torcida não foi um mero espectador, mas sim coadjuvante do retorno. Diferente de muita gente, a massa não se deixou abater e fez da adversidadde combustível para mostrar quem manda em Minas. Mais de 500.000 pagantes, sem torcida esfriando, sem time amarelando, com juiz atrapalhando, e lá está o alvinegro retomando seu lugar ao sol.

Muita gente questiona os grandes veículos, acusando existir a "mídia atleticana". Obviamente, assim como acontece com o América, em momentos difíceis, com o Ipatinga - aliás, parabéns Tigre de aço pelo acesso à série B - nos momentos de ascenção, mais do que qualquer um deles, a situação mais incômoda para toda a imprensa foi, certamente, a ausência do maior de Minas na elite do futebol. Aí a gente ouve falar que todo mundo está torcendo descaradamente, que o espaço do Atlético na mídia é maior do que o espaço do time da enseada, etc...

Coincidentemente, o companheiro Vinicius, um dos que adora alegar que a campanha da mídia foi exagerada, comentou sobre uma tal campanha "SOS Vespasiano”, falou de um único assunto no post de ontem Na Cara do Gol: justamente o Galo! Uma prova entre várias outras de que não existe assunto mais importante no futebol mineiro, consideradas as grandezas de seus clubes, inclusive. Li também a tentativa de desmerecer o trabalho do ano por várias vezes, dizer que a festa ocorreu devido à falta de títulos, mas esqueceram de ressaltar que a comemoração foi pela volta à série A, não gritaram "é campeão" e o apoio à atual diretoria sim, esse é velado por alguns órgãos da imprensa, o que começa dentro do próprio clube, inclusive.

Mais uma vez, defendo aqui a renovação. A diretoria atual, em especial o presidente, já demonstrou que é um grande banqueiro, mas não possui competência para dirigir uma empresa mais valorizada que qualquer um de seus negócios. O valor agregado ao maior e mais tradicional clube do estado, somado à maior torcida das alterosas, a mais fiel do Brasil, parecem ser muito para alguém que vive de números e cifras. O que se vê na imprensa não é o que ocorre exatamente no mineirão, também, e exemplo disso foi a retirada de uma faixa de apoio a essa presidência no jogo contra o São Raimundo. A torcida que não se iluda, pois o Galo está em seu lugar e ponto final. Ao menos isso a incompetência foi capaz de fazer: recolocá-lo na série A. Mudança já!

Li também algo a respeito de "freguês", "seis pontos", e tive uma curiosidade: considerados confrontos diretos, se a diferença é de aproximadamente 50 vitórias a mais para um time, quem é o freguês na história? Fica a pergunta no ar...

Que ocorra a renovação, mudem o comando, e o Galo possa entrar novamente no trilho das vitórias.

Do lado mais frio da lagoa, onde a simpatia reina absoluta, a chance da vaga na Libertadores é dividida com mais 10 clubes. O confronto com o Santa Cruz são favas contadas, com um time que dispensou jogadores e atrasa salários freqüentemente, vindo com o quinto treinador do ano à frente da equipe. Se não vencer os fracos pernambucanos já rebaixados à série B, aí sim nem a esperança matemática serve de alento mais.

Um grande abraço,

Felipe Scheid