Pra japonês ver

Bem ou mal, estamos na segunda fase. A primeira posição do grupo dificilmente nos será tomada, e o jogo contra o eliminado Japão de Zico servirá para poupar jogadores pendurados com um cartão amarelo – na copa do mundo a suspensão automática ocorre com o segundo, e não o terceiro.
Aí começam a se desenhar importantes mudanças na equipe, como a entrada de Gilberto Silva no meio-campo, Cicinho, na lateral, e Robinho no ataque, este por merecimento e, quem sabe, para que seja feito um trabalho específico com o nosso fenômeno, que ainda não teve grande desempenho, mas será peça fundamental se o hexa realmente vier.
Outro jogador que ganha espaço no time de Parreira é Fred. O atacante demonstrou estrela e oportunismo no confronto com os australianos. Entrou já no fim do jogo, tocou poucas vezes na bola, e mostrou o faro de gol característico desde os tempos de América e Cruzeiro. Outro que participou e pode não mais sair é Gilberto Silva, que não aparece tanto em campo, mas muda a cara da equipe, com movimentação segura e passes precisos na ligação entre defesa e ataque.
Com essa reformulação, o Brasil pode chegar com mais segurança para enfrentar um indigesto adversário nas oitavas. Itália, República Tcheca e Gana disputam as duas vagas no grupo que se tornou durante a copa o verdadeiro “grupo da morte”, enquanto a chave encabeçada pelos hermanos argentinos se definiu nas duas primeiras rodadas.
A seleção espanhola finalmente chega na copa e demonstra um bom futebol, com ataque renovado e justificando, finalmente, o “carinhoso” apelido pelo qual é chamada: A Fúria.
A Alemanha, mesmo com um time limitado, cresce junto com a torcida, que se inflama aos poucos e confia no espírito de equipe e na tradição do futebol alemão.
Como grande surpresa, podemos destacar o Equador, que a princípio era considerado coadjuvante e roubou a cena com boas atuações e um futebol aplicado e organizado, podendo inclusive se classificar em primeiro no grupo da anfitriã. É esperar pra ver ansiosamente o cruzamento das oitavas. Confrontos como Brasil x Itália e Alemanha X Inglaterra podem acontecer já nessa fase, o que anteciparia a saída de equipes favoritas e abriria espaço para a chegada de gratas surpresas cada vez mais próximas da final. É o planeta bola parando o planeta azul...

Felipe Scheid