Última decepção azul

Eu entrego os pontos. O Cruzeiro ainda pode se classificar para a Libertadores (o péssimo nível dos concorrentes pode colaborar) mas eu não dou meu voto de confiança mais. Jogando diante de um fraco Paraná, que por incrível que pareça é concorrente direto a uma das vagas, o time lutou, mas faltou mais uma vez futebol, tranquilidade e principalmente esquema tático.

Por mais que alguns sempre reclamem, não faltou raça. Por mais que meia dúzia sem pensar reclame da diretoria, eles não são culpados (o elenco é bom, mas nem sempre isso basta para ser campeão). Alguns ainda tem coragem de reclamar do pobre centro-avante Jonathas, que com 17 anos teve que assumir uma barca furada, em um time que na hora que precisa ir, simplesmente não vai. Crédito para uma torcida que mais uma vez se mostrou inigualável! Do lado de lá tentam imitar, mas não chegam próximo da Torcida Fanati-Cruz (TFC) que mais uma vez fez sua parte e mostrou para todos como se faz uma torcida de verdade. Enquanto a maior organizada do clube continua com o papo de vou bater, vou matar, eles mostram que o torcedor de verdade hoje quer é incentivar seu time para as vitórias.

Mais uma vez Fábio brilhou, mostrou que é de longe o melhor goleiro do Brasil, e salvou o Cruzeiro de um resultado ainda pior. O miolo de zaga mais uma vez foi lastimável, facilmente batido, contando com péssima improvisação de Julio Cesar no setor. O meio-campo foi apenas mediano, com Fábio Santos jogando só com a vontade, Léo Silva que errou muitos passes mas correu e tentou abrir espaços e Élson que tenho que admitir, não jogou nada, mas continua falando muito. Os alas jogaram mal posicionados. Gabriel se salvou pelos gols, mas jogou mal posicionado todo o jogo, e obrigou Luizão a jogar diversas vezes como ala, posição que ele deveria ocupar. Já Leandro errou muito, correu mas nada produziu. O ataque contou com mais uma vez Wágner, que continua achando que é craque, e continua sendo um jogador fraco, que não resolve, que não assume a responsabilidade e que pouco de efetivo produz para o time. Jonathan seu companheiro também lutou, mas pouco fez, perdeu chances que um atacante não pode perder, principalmente em um jogo como o de hoje, e acabou crucificado por uma torcida que precisa encontrar um culpado.

O técnico Oswaldo de Oliveira não pode mais reclamar. Depois de mais de um mês a frente da equipe já deveria conhecer o elenco. Deveria saber que Francismar é fraco, nada acrescenta, prende demais a bola e nem sequer deveria ser relacionado. Deveria saber também que Kerlon é uma jóia a ser lapidada e que não devia perder seu lugar no banco para o péssimo dos péssimos Diego, que parece que vai cair até quando corre sozinho no campo. Passivo como sempre o técnico viu seu time mal escalado perder chances incríveis, e mais uma vez dentro de casa desperdiçar chances na competição. Junto com diversos jogadores, o treinador confirmou que não passou no "vestibular" promovido pela diretoria.

Que me desculpem se escrevi demais, e se falei no calor do jogo. Acabei de chegar e vi, assim como nos jogos contra Goiás, Fortaleza, Santa Cruz e Fluminense (que me lembro agora de cabeça), o Cruzeiro desperdiçar grande chance de ocupar um lugar melhor no campeonato. Que me desculpem os segundinos, mas eu estou acostumado com títulos, e com esse time eu não me engano mais. Com esse discurso de "ainda dá" eu não me engano mais.

E a frase do dia, foi sem dúvida de um torcedor que infelizmente não sei o nome, pois merecia o crédito, ao ver a entrada de Francismar no lugar de Júlio César hoje: "Muda os mosquitos, mas a bosta continua a mesma..."

Vinicius Grissi