Após todas as rodadas, Vinicius Grissi e Felipe Scheid comentam o futebol mineiro e acirram a maior rivalidade do estado, em duelos que nunca tem vencedor. Porque como dizia o profeta, "clássico é clássico, e vice-versa".
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26.11.06

Festa para o verdadeiro campeão

O Cruzeiro vai à São Paulo hoje, enfrentar o verdadeiro Campeão Brasileiro de 2006. O tricolor paulista, favorito desde o início, jogou grande parte do campeonato recheado de reservas devido à Copa Libertadores, mas nunca esteve longe da liderança, e quando assumiu, não deu chances ao azar. O time provou sua ótima estrutura, mostrou a competência de sua diretoria, que sem gastar muito forma grandes times, e coroou o bom trabalho do técnico Muricy Ramalho frente ao tricolor.

O treinador, que chegou a ser criticado em algum momento do campeonato por colocar o time com 3 zagueiros, soube aproveitar muito bem as peças que tem em mãos, e fazer o time jogar taticamente de acordo com o adversário, tornando a equipe paulista praticamente imbatível. Com Rogério Ceni como grande líder, o São Paulo mostrou vários bons jogadores durante o campeonato: o lateral Ilsinho, grande destaque e revelação, talvez do campeonato, jogando com técnica e velocidade, o ótimo meia Souza, que jogou grande parte improvisado na ala direita, Mineiro, que já não é surpresa pra ninguém, Júnior, que apesar da idade continua jogando muita bola, foram os principais destaques do time durante a competição.

Já o Cruzeiro, joga mais uma vez com um time, ao meu ver, mal escalado. Oswaldo de Oliveira insiste em deixar fora até do banco o craque Araújo, que já se mostra recuperado e vem fazendo a diferença nos treinos na Toca 2. A volta de Geovanni pode ser boa, mas a insistência por jogar com 3 zagueiros é muito estranha. Oswaldo poderia passar uns tempos lá no São Paulo, para entender um pouco mais das variações de uma equipe. Por ter sua força no meio, e um ataque rápido, o Cruzeiro deveria fortalecer o meio-campo, para impedir a chegada rápida do adversário ao ataque. Com três zagueiros, Mineiro, Souza e Danilo terão espaço para trabalhar a bola, e jogar próximos à área cruzeirense. Assim, a bola parada pode fazer a diferença para o time paulista. É esperar pra ver se o time consegue um resultado no mínimo honroso.

Na Segunda Divisão (tinha gente falando que o time já tinha subido, mas continua jogando por lá), o que já era de se esperar: bom resultado para o adversário (como sempre quando joga partidas importantes por aqui), torcida silenciada, festa antes, festa depois, muita comemoração e um troféuzinho mixuruco para manchar a história do clube. Sobre o público, e respondendo ao amigo Ruben Dantas, pois quem não é do estado nem imagina o tamanho da farsa: como eu já havia falado, a torcida do Atlético Vespasiano inventou um borderô, colocando um público de 76 mil presentes ao Mineirão. Como todos sabemos, o Ministério Público permitiu a venda de somente 64 mil entradas, que é a capacidade permitida para o estádio atualmente. A farsa começa na "venda" de 22 mil entradas para a MRV, parceira do clube que nada ganhou com isso, distribuindo gratuitamente 11 mil desses ingressos, na sede do clube. Dessa forma, fica claro que o público presente à partida foi de no máximo 64 mil pessoas, incapaz de bater o recorde da temporada, mas fazer o quê, se a diretoria do clube de segunda já havia inventado o "Troféu Catraca" e faria de tudo para não perdê-lo aos 45 do segundo tempo?!

De qualquer forma, título merecido, para um time que (por incrível que pareça) tinha mais estrutura que os concorrentes, e que apesar das dificuldades conseguiu se encontrar, graças ao bom trabalho do técnico Levir Culpi e a alguns poucos bons jogadores, que quando foi preciso, fizeram a diferença. Para o ano que vem, esperança de mais um ano de vexames e sofrimento, porque aqui em cima, o buraco é mais embaixo...bem mais embaixo!

Viva o freguês!

Vinicius Grissi

Um comentário:

Anônimo disse...

Eta ano que não termina...