Após todas as rodadas, Vinicius Grissi e Felipe Scheid comentam o futebol mineiro e acirram a maior rivalidade do estado, em duelos que nunca tem vencedor. Porque como dizia o profeta, "clássico é clássico, e vice-versa".
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19.10.06

Recorde sem muitas novidades

O sábado será dia de fortes emoções no futebol mineiro. O Galo enfrenta o Avaí – mais conhecido por ser o time de coração do tenista Guga – com obrigação de vencer e se distanciar cada vez mais na liderança da competição que foi definida pela padronização das equipes. Náutico e Sport, equipes que lutam pelo acesso com planejamento nas últimas temporadas são outros fortes favoritos à volta à série A pelo mesmo fator extra-campo: bom trabalho da diretoria. A confiança no sucesso aumenta a cada rodada, e o desespero toma conta dos fregueses da enseada. Prova disso é a diferença dos comentários feitos antes e agora: muita gente não admitia que o maior de Minas voltaria ao seu lugar de origem, esquecendo-se que o bom filho à casa torna. Agora, lutam e relutam contra a realidade cada vez mais próxima, que atormenta e reacende o medo com o qual sempre tiveram que conviver. Muito se fala em estatística e números, e mesmo não concordando com embasamento simplesmente numérico, o confronto direto tem muito da sua realidade retratada na comparação do número de vitórias para cada lado...

Para aqueles que gostam de números, vai mais uma: o recorde de público pagante será certamente quebrado mais uma vez. Recorde que esteve com o São Paulo por uma semana, mas que volta para o seu verdadeiro lugar. Pode parecer contraditório, uma vez que eu disse que não me apego a números exclusivamente, mas vai a explicação: a torcida não é a melhor do País porque tem maior número de torcedores apenas, ou devido aos 400.000 pagantes já alcançados em um campeonato pouco expressivo, se comparado a outros. A torcida é considerada a melhor do país por causa da atuação, do apoio incondicional, do verdadeiro AMOR pelo time – amor e simpatia são diferentes, pra quem não sabe – e tudo isso se transforma em uma força extra para encarar a adversidade. Dizem que é uma barra forçada pela imprensa mineira, mas quando essas atitudes se tornam pauta em jornais em todo o Brasil, inclusive no Jornal Nacional, é difícil acreditar que o elogio só existe por parte dos atleticanos da imprensa. Sem muitas mudanças, os mais de 55.000 recordistas devem ver uma equipe sem Roni suspenso, com Éder Luís em seu lugar, e André Santos na vaga de Thiago Feltri, também fora pelo terceiro amarelo.

Fica aqui um agradecimento a todos aqueles que nos prestigiam: atleticanos, cruzeirenses ou o que quer que sejam. A opinião é bem-vinda e a agressividade compreendida por quem sabe que, acima de tudo, futebol é assunto polêmico e mexe com os ânimos da galera. Valeu!

Felipe Scheid

3 comentários:

Anônimo disse...

É isso mesmo Scheid, vc tem toda razão! Amor é muito diferente de simpatia. Mas pedir pros simpatizantes entenderem é que é difícil...
Como se explica o Amor pra aqueles que não o sentem?

Perfeito seu texto.

;)

Rakal D'Addio disse...

Tenho interesse em observar o Atlético sem Roni, uma vez que o atacante vinha fazendo boas apresentações nos últimos jogos.

De todo modo me impressiona o contra-ataque que o Galo por vezes consegue encaixar.

Abraços.

Anônimo disse...

Qual foi o critério adotado para que você chegasse a conclusão que cruzeirenses são simpatizantes e atleticanos são apaixonados? Apoio incondicional? Não fui isso que vi quando alguns meliantes da Galouruca invadiram o CT pra pressionar o Marcinho, ou quando outros tantos foram ao apartamento do Walker pra fazer uma "verificação" de que ele não estava bebendo entre outras atrocidades. Isso é apoio irrestrito? A torcida do Atlético está lotando estádios pelo simples fato de ser líder e estar alguns pontos da classificação. Queria ver esse amor todo se vocês estivessem indo para a Terceirona.