Aos poucos, tudo chega ao seu lugar

É notório o baixo nível da divisão especial, uma vez que mesmo apresentando um futebol irregular, o Atlético se mantém próximo dos primeiros colocados. Muito abaixo do que se pode esperar, a diferença em relação ao líder é de 5 pontos, e o Galo não é quarto devido aos critérios de desempate, visto que a pontuação do quarto ao oitavo colocados é a mesma. A vitória sobre o Coritiba na noite de ontem alimentou esperanças, pois o time começa a demonstrar padrão de jogo. Para um campeonato nesse nível, já basta, uma vez que o clube por si só se agiganta juntamente com a torcida, a terceira mais presente do país (por enquanto). Boas atuações de Galvão, que vem substituindo o artilheiro absoluto do país, Marinho, aliadas à competência do garoto Renan, e à segurança do goleiro das seleções de base, Diego, foram destaques na noite de gala do Galo. Vale destacar também o autor do primeiro gol Roni, que já vinha jogando um bom futebol, e desencantou diante da massa, com direito a assistência para o segundo gol alvinegro. Na sexta o adversário é o Ceará, que vem no desespero em busca de bom resultado para se livrar da zona de rebaixamento. Certo mesmo é um bom público, e um jogo difícil devido à situação do adversário em apuros. Humildade e pés no chão serão fundamentais para a entrada no grupo dos quatro primeiros.

A renovada seleção de Dunga demonstrou agora há pouco muita vontade e poucos destaques individuais, mas a nova cara agradou. Fred foi dos melhores em campo, Daniel Carvalho aproveitou bem a oportunidade, e pudemos ver a boa entrada de Vagner Love. Muita disposição aliada ao tempo podem resultar no sucesso do grupo novo, no qual todos buscam um lugar ao sol. É bom ver a sensatez na escalação, que assim como o grupo da copa 2006 agrada à maioria, mas transmite maior força de vontade que o grupo decepcionante de Parreira. O zagueiro Alex, mesmo com boas atuações de Lúcio e Juan tem futebol para ser titular, e alguns testes ainda devem ser feitos. Nas laterais e na armação muita gente pode ser testada, já que Elano, Maicon, e Gilberto não se impõem absolutamente sobre os concorrentes. O titular na direita, Cicinho, não jogou tudo o que sabe, mas de forma geral a irregularidade foi regra. De positivo, o espírito guerreiro, a cara do técnico. Pra frente Brasil!

Já o time azul vem vivendo uma semana conturbada, em que mais uma vez se provou que uma verdade não dura 24 quatro horas no futebol. O prazo para o bom PC Gusmão diminuiu, e a derrota para o Fluminense em pleno Mineirão foi a gota d’água. Para seu lugar, Oswaldo de Oliveira, um treinador com passagens pelos grandes clubes do país, mas que não inspira muita confiança para a retomada da liderança.

Felipe Scheid