Após todas as rodadas, Vinicius Grissi e Felipe Scheid comentam o futebol mineiro e acirram a maior rivalidade do estado, em duelos que nunca tem vencedor. Porque como dizia o profeta, "clássico é clássico, e vice-versa".
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11.7.06

Craques Marionetes

Num primeiro momento, o lance culminante, praticamente o golpe decisivo para a Copa do Mundo de 2006, a cabeçada de Zidane no italiano Materazzi me soou surpreendente e grosseira. Inacreditável talvez. O jogador francês, até então reconhecido mundialmente como exemplo de caráter e humildade, após brilhar na competição e ser sem dúvida o destaque técnico de uma Copa tão fraca, não poderia perder a cabeça em um momento tão importante. Porque?

Após rever, pensar, ouvir diversos comentários a respeito, defendendo, criticando, me veio à cabeça a verdade proporcionada por aquela agressão. O momento em que o craque, centro das atenções no mundo inteiro, virou o homem, o ser humano Zinedine Zidane, e agiu como uma pessoa normal. Simples assim!

Estou cansado dos "super-homens" reinventados todo dia pela mídia. Farto de jogadores que nos comerciais aparecem fazendo malabarismos ensaiados, acertando diversas bolas seguidas na trave. "Ronaldos" e companhia que não se abatem em nenhum momento, que nunca erram, que conseguem lances perfeitos, sempre rodeados de mulheres bonitas, que falam a voz de seus assessores de imprensa, não me enchem mais os olhos, mas sim a paciência.

E os maiores enganados, sem dúvidas somos nós, torcedores, que temos a mesma facilidade para transformar um jogador qualquer em craque, como pra tornar um ótimo jogador em lixo em apenas um lance, uma falha, como ocorreu com Zidane. Não defendo a agressão em si. Não acho certo nem bonito, somente gostei pela atitude, pela verdade sem cortes que foi vista naquele momento.

Por fim, a taça ficou em boas mãos. Com um time que desde o início classifiquei como principal favorito ao lado de Inglaterra e Argentina, que fez da defesa o seu ponto forte em um campeonato que prevaleceram a vontade e a inteligência tática. Levou apenas 2 gols, um contra e um de pênalti na final, e fez justo o resultado final, sem muito brilho, mas contando com a ousadia de seu técnico e de alguns ótimos jogadores, como Pirlo, Cannavaro e principalmente Buffon, pra mim o melhor jogador da Copa em vistas gerais.

E que venha o Brasileirão...
Vinicius Grissi

2 comentários:

Anônimo disse...

Sem comentários...
Excelente texto!
Excelente observação!

Parabéns!

Anônimo disse...

Bastante pertinente seu texto!
O que precisamos lembrar é que em um país de Lulas, os Ronaldos não são reis, são presidentes da república! Não sei se faz sentido, mas vejo na euforia em relação à seleção brasileira, a característica falta de um líder para o povo. Entre mensalões e CPIs, o povo deposita toda confiança e toda fé na liderança dos craques da seleção. Ahh, porque essa não falha! Afinal, foram 2 títulos mundiais em 3 finais consecutivas! Mas o que vimos não foi bem isso. Foram apenas 22 seres humanos, com suas falhas e suas limitações. Da mesma forma que nosso companheiro Lula. Será? O que eu queria saber é qual será o futuro de Luís Inácio, agora que o chucrute acabou e voltamos a comer nossa pizza à moda.